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sábado, 18 de julho de 2009

Pela Noite

Conversa de Botequim
Roberto J. Sousa.

o papo_____________________________________________

Rodando pela noite, "rastreando" calçada, ouvi barulho de música na rua. Não, não era desses "arautomóveis" de porta-malas abertos, com 957 decibéismentais, não! Era música mesmo! – da Boa!! - ao Vivo!!! - no Bar !!!! – na Rua !!!!!
Rapaz, que coisa boa voltar a ouvir música nas ruas de Leopoldina. Olha, há muito tempo atrás este locutor que vos fala, assim ia "mimir". "Mais que nunca é preciso cantar e alegrar a cidade". Eu acho que o brasileiro já nasceu escalado pra ser cantor. Canta no chuveiro, canta no carro, canta mulher, canta de galo, canta tudo.
E as pessoas vão chegando. As mesas, que estavam cheias de ninguém, se preparam. O menino de cabelo na moda e a menina de pulseira nova, sentam. O casal que sai, mas não conversa um com o outro de jeito nenhum, senta. O "véi cum a véia", sentam. Marido e mulher, com os filhos pentelhos, sentam. A perua, abunda-se. O chato, senta, levanta, senta, levanta, senta ... A desquitada, liga o radar e senta. O que não tem, isenta. O que tem, senta, a mão. O que acha que tem, tenta. O político, de quatro em quatro anos, senta. O eleitor, durante o intervalo anterior, senta. O galã de botequim, faz pose e senta. A mariposa, pousa. O bicha, assenta. Todo mundo senta. Pra ouvir. Pra cantar. Pra ser igual. Pra participar. Picaretas e safados que sacaneiam os outros, escutai, essa é a grande sacanagem. Participar. A música agrega. E quando termina, fica aquela sensação do dever . Dever voltar amanhã. E a certeza que, no dia seguinte, você vai achar todo mundo feliz, gentil, camarada, amigo, até a hora que um filho da mãe estragar o seu dia.... (e é por que ele não foi lá ontem...). Dono de casa noturna, bar, botequim, venda, barraca, reis da noite: deixa cantar. Deixa tocar. Incomoda não. Amador ou profissional. Ganhando dinheiro ou não. Deixa cantar. No clube, no salão, na calçada, na serenata, na rua. Nem que for a sua própria filha. Deixa cantar. Deixa encantar. A gente precisa.

a bebida___________________________________________

Saca aquele boêmio, bom de copo, bom de papo, geralmente aposentado dos Correios e Telégrafos, do Ministério da Justiça, pois bem, o Baptistinha é um deles. H2O, de jeito nenhum. Só CHOP2 . E tem que tá cudefoca. Senão, fica vermelho-alemão. E nazista. Um dia, ou melhor, uma noite, entrou no botequim todo afobado:
- "Rapaz, sabe o alambique do Arruda, pois é, a caldeira explodiu !
Foi um negócio terrível. Dois empregados dele morreram na hora. Um menino, filho de
um deles, que estava ajudando, só perdeu um braço...
O resto do corpo eles acharam... "

o tira-gosto________________________________________

"Tá bom porque tá ruim, seria melhor se estivesse pior."

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