Conversa de Botequim
Roberto J. Sousa.
o papo_____________________________________________
Eu não sei se é só Leopoldina ou é o universo. Nunca vi tanta dificuldade em relacionamentos matrimoniais. É marido com amante. É amante, casada, do marido da mulher que é amante do namorado da noiva desvirginada pelo marido da primeira, que tá afim de ganhar o filho do amigo, que fez 15 anos, que namora a filha do amante, que tem 14 mas parece que tem 38, porque um amigo dele bateu pra ele que ela dá e que ele já comeu, no dia que o marido daquela vizinha dele, que também dá, saiu de viagem para um programa com o cunhado, deixando o caminho livre pra ele, depois que ele saiu com a viúva do 402, que por sinal é muito da boa. (é uma novela da globo). Entendeu ? Nem eu. E dessa história toda, surgem personagens dignos de um filme de Fellini, com roteiro do Plínio Marcos e história do Nelson Rodrigues. O ator-marido principal poderia chamar “Galã de Botequim”: voz de locutor de novela mexicana..., sorriso colgate..., topete de Adílson Ramos..., cara de tango..., andar de bolero... Acha que toda mulher quer dar pra ele. Acaba não comendo nada e dormindo na zona. A atriz-amante poderia chamar “Chester”: mistura de perua com galinha. Normalmente solteirona ou desquitada. Adora fazer ronda. Usa roupa super apertada para mostrar que já foi “boazuda”. Espera encontrar numa noite, o que perdeu em um dia. Como todo chester, acaba sendo comida só uma vez por ano. A atriz-esposa eu chamo de “Dona-méstica”: está domesticada. Sabe que o marido dá suas voltinhas mas banca a dignidade. Vive(?) para a família(?). É o personagem mais sofrido(?). Não se manda, para não perder a mordomia. Fraca, muito fraca. Tem sempre uma amiga confidente (com cara de quem tá afim do maridão). Quando fica viúva, solta a franga, vira atriz-amante. Pronto. O famoso e eterno triângulo está formado. E a família? Onde está a família? Se você, (menino novo ou menina nova), não quiser virar personagem, não faz isso não. Só namora. Se for casar, casa pensando que é pra valer. Valer a pena (pena de dó). O casamento, apesar de tudo, é quase tudo. O casamento só tem uma coisa ruim, o Divórcio: é que ele dá oportunidade de você casar outra vez...
a bebida___________________________________________
Voltando de uma festa, já alta madrugada, vejo o Baptistinha pousado no meio-fio da rua deserta, olhando para o infinito. A noitada deve ter sido muito boa.
“- O Baptistinha, o que você está fazendo aí? “Vão’bora, sô. Eu te dou uma carona !”
“- Não, “vô” não”
“- Que isso, rapaz, vamos!”
“- Não. Estou esperando.”
“- Esperando o quê, cara ?”
“- Passar um bar...”
o tira-gosto________________________________________
Quem faz por você, normalmente está fazendo primeiro pra ele mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário