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sábado, 11 de julho de 2009

Nota de Abertura

Muitas histórias do Bar Paraíso são dedicadas a todos que ajudaram ou ajudam a escrever a saga dos boêmios de botequim. O Bar Paraíso não tem endereço. Ele está dentro de cada um, se você perceber. Se for da noite. Se você sabe de alguma história, manda pra gente. Neste espaço cabe todo mundo. E sem apertar.

Várias dessas histórias foram de corpo presente ou de copo presente, se você preferir. Algumas, se não aconteceram, irão acontecer uma noite. Outras tantas se passaram em qualquer boteco desses escondidos na cidade. Muitas outras foram contadas por amigos de copo. Em qualquer lugar de tomador de cerveja que se preze, existirá um Baptistinha, um Carlão, um Joel, um Salles, uma galeria de estereótipos de botequim. Inúmeros desses personagens já estiveram em sua mesa, no balcão do seu botequim, no papo da esquina.

São os boêmios. Os filósofos do cotidiano. A sagacidade, a ironia, a presença de espírito, a alma em estado de alerta. Levam a vida brincando. Não ligam pra ela por que ela não tem telefone. Com grande bom humor, transformam a vida em uma coisa suportável, mesmo sendo diária.

E o ambiente de trabalho é quase sempre o mesmo. Tem que ser "butiquim ". Beira de rua. Cerveja gelada sem isopor. Copo americano. Tira-gosto de fazer vegetariano comer guardanapo. Balcão de dar calo no cotovelo. Não pode ser muito limpo, não. Tem que ter cheiro de gente. O banheiro tem que feder. Se tiver papel higiênico, sabão e espelho, já passou pra categoria de lanchonete. Aí já pode até levar criança. Televisão, nem pensar. Violão pode e deve. O pano de limpar mesa tem que sujar. Cerveja self-service. Tem que ser daqueles que mulher não entra. E quando entra, passa a pensar como homem. O garçom tem que fazer parte da quadrilha. Este é o ambiente propício a proliferação dos boêmios.

E todo mundo é igual a todo mundo. Rapaz, quantas amizades definitivas foram consolidadas em um botequim? Você entrar no recinto e pedir uma gelada, é como dar um sinal de maçom. Todos já sabem que você é gente boa. Não dou dois minutos, você já é o mais novo amigo de infância de um cara que você nunca viu. Tem coisa melhor ?

Você aprende mais lá que em sete anos no Tibete. Por que o boêmio saca pacas da vida. E te dá de presente.
Pena que o boêmio de hoje está com layout da Globo.
Entre, em qualquer botequim, no Bar Paraíso que a gente leva com a gente...

Roberto J. de Souza

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