Slide 1

// Content goes here

Slide 2

// Content goes here

Slide 3

// Content goes here

sábado, 26 de dezembro de 2009

Filho do Baptistinha

Minha mãe me acordava cedo, sussurrando.

Meu pai abria a porta, me amparando.

Minha mãe: "Me deixas louca !"

Meu pai: "Desgraça pouca"

Minha mãe era Filha de Maria.

Meu pai fez filho em Maria

Minha mãe, responsabilidade.

Meu pai, i.

Minha mãe: "Tenha juízo"

Meu pai: "Usar não é preciso"

Minha mãe, segunda feira.

Meu pai, sexta feira.

Minha mãe, contra a bebida.

Meu pai, encontra.

Minha mãe,cumpre-se!”

Meu pai, cúmplice.

Minha mãe, hight-society.

Meu pai, biri-night.

Minha mãe, mãe minha

Meu pai, um deles

Minha mãe, u'a mão.

Meu pai, a outra.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Ela é Modelo (ou pelo menos era na época)

Te conheci em um outdoor.

“Aotedar” a oportunidade de me conhecer

Em um desfile de moda inverno-verão.

Fui, não por amar, mas só por tesão.

Queria, ao vivo, ver.

Dos 80% das pessoas que a gente lida,

100% não fazem parte da nossa vida.

E você, como pop-star,

Não poderia na minha estar.

Por tanto ou por tentar.

Como o fim de noite só vem por adesão,

Choveu em sua fotografia de alto relevo.

Fui embora indo, sem perceber...

Hoje você faz parte do meu acervo.

Mas ando meio que arrependido.

Um tanto quanto ridículo.

Devia ter te comido.

Nem que fosse pro currículo.

Roberto

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O amor faz da vida uma aventura errante

Deve ser porque eu estou cabibaixo. Mas la vai...

O monólogo de Orfeu

Mulher mais adorada!
Agora que não estás,
deixa que rompa o meu peito em soluços
Te enrustiste em minha vida,
e cada hora que passa
É mais por que te amar
a hora derrama o seu óleo de amor em mim, amada.

E sabes de uma coisa?
Cada vez que o sofrimento vem,
essa vontade de estar perto, se longe
ou estar mais perto se perto
Que é que eu sei?
Este sentir-se fraco,
o peito extravasado
o mel correndo,
essa incapacidade de me sentir mais eu, Orfeu;
Tudo isso que é bem capaz
de confundir o espírito de um homem.

Nada disso tem importância
Quando tu chegas com essa charla antiga,
esse contentamento, esse corpo
E me dizes essas coisas
que me dão essa força, esse orgulho de rei.

Ah, minha Eurídice
Meu verso, meu silêncio, minha música.
Nunca fujas de mim.
Sem ti, sou nada.
Sou coisa sem razão, jogada, sou pedra rolada.
Orfeu menos Eurídice: coisa incompreensível!
A existência sem ti é como olhar para um relógio
Só com o ponteiro dos minutos.
Tu és a hora, és o que dá sentido
E direção ao tempo,
minha amiga mais querida!

Qual mãe, qual pai, qual nada!
A beleza da vida és tu, amada
Milhões amada! Ah! Criatura!
Quem poderia pensar que Orfeu,
Orfeu cujo violão é a vida da cidade
E cuja fala, como o vento à flor
Despetala as mulheres -
que ele, Orfeu,
Ficasse assim rendido aos teus encantos?

Mulata, pele escura, dente branco
Vai teu caminho
que eu vou te seguindo no pensamento
e aqui me deixo rente quando voltares,M
pela lua cheia
Para os braços sem fim do teu amigo

Vai tua vida, pássaro contente
Vai tua vida que estarei contigo.


Da obra de Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes